Desde que publiquei os meus Mapas de Influências que não é segredo nenhum que adoro ficção-científica e que Robert A. Heinlein é um dos escritores favoritos. :D
Mas apesar de ter escrito livros mais conhecidos como Soldado no Espaço [Starship Troopers] ou Um Estranho Numa Terra Estranha [Stranger in a Strange Land], confesso que entre toda a sua obra, um dos meus livros favoritos é este O Monstro do Espaço.
Publicado pela primeira vez em 1954, faz parte duma série de romances mais dirigidos para um público juvenil com um estilo voltado para a aventura além da ficção-científica.
Apesar de ser um livro dos anos 50 do século passado, confesso que acho engraçado e por vezes surpresa ao ler o que era então uma visão do futuro.
Na verdade, a previsão do futuro é um dos motivos porque gosto de ficção-científica, ler como cada autor em cada momento do tempo imaginou como seriam as coisas no futuro.
No caso deste romance, e embora seja um dos meus favoritos, acho que não será muito do agrado desta geração mais nova.
Não só porque o habito da leitura de livros tem decrescido entre as gerações mais novas, mas também porque contém alguns preceitos e maneirismos que pelas sensibilidades actuais, podem causar ofensa.
O que é algo com que não concordo em absoluto.
Não podemos julgar uma obra criada num determinado ponto no tempo, seja ela literária ou outra, pelos padrões modernos.
Ponto!
É claro que existe muita coisa que em determinada época era algo comum e rotineiro e que hoje em dia, é inaceitável.
E sem querer entrar nessa debate agora, basta dizer que considero que cada época é uma época, com os seus valores e idiossincrasias, umas melhores e outras piores, mas na maior parte deve ser visto como algo restricto ao seu tempo
Mas já me estou a desviar do assunto, por isso somente vou acrescentar o seguinto antes de voltar ao tema do dia:
Não devemos esconder ou censurar o passado para agradar às sensibilidades do momento, porque corremos o risco de perder muita coisa extraordinária, além de nos arriscarmos a repetir essas mesmas coisas que tanto nos ofendem.
De volta ao tema, esta é a história de um adolescente/jovem adulto e do seu bichinho de estimação peculiar.
O resumo na contracapa do livro conta-nos pouco:
Lummox é o nome do monstro de outro sistema solar que, há duzentos anos, ainda bebé, foi trazido de contrabando para a Terra; cresceu e é agora maior do que um elefante e tão rijo que as balas fazem ricochete na sua pele; contudo, é talvez a criatura mais comovedora e cheia de encanto jamais criada...
Sendo um romance com 60 anos, nota-se na escrita que era dirigida a um público juvenil dos anos 50, mas ao mesmo tempo uma leitura leve, agradável, e em que lemos a história duma ponta à outra sem notarmos.
Logo nas primeiras páginas ficamos a conhecer Lummox, o bichinho de estimação de John Thomas Stuart IX, um animalzinho do tamanho dum elefante adulto com pelo menos 8 patas e sem braços que foi encontrado por John Thomas Stuart I numa galáxia distante e contrabandeado para a Terra, onde tem sido cuidado e protegido pela família Stuart.
Ao conhecermos Lummox, ficamos a saber que é um ser semi-racional embora à primeira vista com uma inteligência rudimentar e aparentemente com uma capacidade mínima de falar pouco mais do que algumas frases.
Descobrimos também que adora o seu dono e a sua família, é um guloso e por vezes mete-se em sarilhos sem querer.
É precisamente devido a uma dessas situações em que provocou alguns estragos na vizinhança enquanto procurava por John Thomas do tipo do Godzilla em Tóquio, que é condenado a ser executado assim que as autoriades descubram como o fazer.
Para o salvar, John Thomas foge para as montanhas com ele, enquanto uma imensa armada extraterreste aparece sobre a Terra exigindo a devolução imediata da sua princesa perdida.
Após várias peripécias, com Lummox a crescer-lhe 2 braços, e revelando-se a princesa perdida dos Hroshii, e John Thomas a descobrir que afinal o animal de estimação era ele e todos os John Thomas anteriores.
Tudo termina bem com John Thomas e a sua namorada a acompanhar a princesa Lummox de regresso ao seu planeta de origem como embaixador da Terra.
Para terminar há mais uma coisinha que não posso deixar de referir...
E que considero importante para melhor conhecermos o génio que foi Heinlein...
Como já referi, Heinlein escreveu este romance em 1954, uma época ainda de alguma segregação racial nos Estados Unidos.
No entanto o Mr. Kiku, o equivalente ao secretário das Nações Unidas, é-nos apresentado como sendo um homem negro do Quénia embora verdade seja dita, em algumas ilustrações da época, foi retratado como sendo branco.
O que não invalida como Heinlein em 1954, uma época de censura racial, conseguiu introduzir um personagem negro numa posição de poder e destaque. :D
Caso tenham ficado curiosos e queiram adquirir este romance, penso que ainda o podem encontrar em algumas livrarias ou em lojas online como a Bertrand.
Como devem ter reparado, hoje iniciei aqui uma nova série de artigos com um dos assuntos que me é mais querido: a Leitura.
Podem esperar no futuro artigos sobre outros livros de minha biblioteca sobre os mais variados assuntos: Ficção-Científica, Fantasia, Aventura, Crime e Mistério, etc.. ;)
E por agora é tudo. ;)
Até breve. :-F
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